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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

"Jugo Desigual".

2Coríntios 6.14

Quando Satanás não consegue destruir a Igreja pela oposição ele tenta a absorção. Sempre que o povo de Deus se misturou com os ímpios deu nisso: destruição. Foi assim no dilúvio (Gn 6.1-2), foi assim com Israel no tempo dos juízes e foi assim com Salomão (1Re 11.1-13).

Foi assim com você também ?




A.  A Proibição do Jugo Desigual
Nosso texto básico inicia-se com uma ordem: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos…” (2Co 6.14). Muita gente até sabe o que significa “jugo desigual”, mas não tem idéia da origem da expressão. Ela foi emprestada e usada simbolicamente a partir da lei mosaica. Segundo é registrado no livro de deuteronômio todo Israel era proibido de por sob uma mesma canga (jugo) animais de espécies diferentes, como um boi e um jumento (Dt 22.10). Até mesmo o cruzamento de espécies diferentes era proibido (Lv 19.19). Essas ordens podem ter dois significados:
1.    A diferença das espécies deveria ser respeitada. Animais de espécies diferentes trabalhando em parelha significaria que ou um, ou outro, ou então os dois seriam sacrificados pelo trabalho. Deus sempre foi zeloso em relação a toda a criação, incluindo os animais (Dt 25.4). Por outro lado, “combinações desnaturais violam a pureza das espécies”[1].
2.    Animais limpos e imundos não poderiam estar juntos. O jumento era um animal declarado imundo (Não servia para sacrifício) o boi, segundo a lei do Antigo Testamento, era um animal limpo (poderia ser oferecido em sacrifício)[2]

Não sabemos exatamente o que Paulo tinha em mente ao aplicar essa proibição metaforicamente ao tratar de crentes e incrédulos mas que seja pela santidade do cristão – o que é mais provável – ou pela grande diferença de características entre o cristão e o incrédulo, ambos significados são perfeitamente aplicáveis.

B.  As Perguntas Retóricas (2 Co 6.14-16)


Chamamos de “pergunta retórica” aquela pergunta que não exige uma resposta por ser esta extremamente óbvia. Paulo utiliza desse recurso da linguagem para demonstrar aos coríntios o grande absurdo que é a união do crente com o incrédulo.

1.    Que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade?” (v.14)
Para Calvino, “Paulo faz sua exortação ainda mais forte ao mostrar quão absurda e desnatural é a tentativa de harmonizar coisas que, por sua própria natureza, são opostas, porquanto cristianismo e idolatria não podem conviver, como a água e o fogo não o podem.”[3]
A discrepância entre o ímpio e o crente se faz ver no fato de o ímpio sempre estar associado a injustiça e pecado enquanto o crente, por ter fome e sede da justiça do Reino de Deus (Mt 5.6), tem como missão revelar a injustiça e trazer a luz o que é de fato pecado e não se deixar levar por ele.

2.    Ou que comunhão, da luz com as trevas?” (v.14)
Na carta aos Colossenses, Paulo chama os crentes de “santos na luz” (Cl 1.13) e ao descrever o processo acontecido na vida dos salvos ele afirma: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor,” (Cl 1.14).
Cristo e seu povo são sempre associados a luz (Jo 1.4-9; 3.20-21; 8.12;9.5; 12.36, 46; Mt 4.16, 5.14, 16; 6.23; Lc 2.32; 11.35-36). Já “trevas” é uma palavra agregada ao pecado e ao próprio Satanás (Mt 4.16; 6.23; Lc 22.53; Jo 3.19; 12.35; Rm 13.12; Ef 5.8; 1Ts 5.5; 1Jo 2.9, 11).
Comunhão é o estabelecimento de intimidade. Como pode o crente ser íntimo do mau? “Assim como a luz e a retidão são intimamente relacionadas, assim também a escuridão e a ilegalidade são gêmeas. A primeira dupla pertence a Cristo, a segunda a Satanás, e as duas são diametralmente opostas.”[4]


3.    Que harmonia, entre Cristo e o Maligno?” (v.15)
 Curiosamente, a palavra utilizada na língua original paraharmonia” é a mesma da qual deriva a palavra em portuguêssinfonia”. De fato, Cristo e Satanás estão em completo desafino. Da mesma maneira, sons, palavras, comportamento, pensamentos, idéias do cristão não combinam com modo de vida do ímpio. Não pode haver harmonia entre eles.
Paulo torna o contraste bastante grave ao usar a palavramaligno”. Essa palavra era costumeiramente usada para designar o chefe de todos os demônios[5]. O coração do ímpio, portanto, não tem uma leve inclinação para o mal senão que sua vida é segundo os princípios do próprio Satanás. Os ímpios ainda estão sob “os laços do diabo” (2Tm 2.26) e, conforme Jesus disse dos fariseus, são filhos do próprio diabo (Jo 8.44).

4.    Ou que união, do crente com o incrédulo?” (v.15)
Deve haver um conflito natural entre os crentes e os incrédulos. Quer na escola, no trabalho, ou até mesmo entre parentes o cristão se aflige por causa das piadas ou comentários a respeito de sua e mais: se o ímpio precisa mentir ele mente, se precisar enganar, ele engana; se precisar usar a cabeça dos colegas de trabalho como degraus para subir na empresa, ele o faz (veja o Salmo 73). O homem segundo o coração do diabo não tem limites; ele pode e quer roubar, matar e destruir (Jo 10.10) e não atinge todo esse potencial destrutivo porque Deus, de uma maneira geral, refreia a capacidade do ímpio de praticar todo o mal do qual ele seria capaz. Se Deus não fizesse isso, seria praticamente impossível ao crente viver nesse mundo.
Isso não quer dizer que não possa haver convivência. Não viver nesse mundo e não compactuar com o mal que há nesse mundo são coisas bem diferentes (Jo 17.15) e o crente deve buscar este último. O texto  básico nos informa que não pode haver união e daí o grande desafio; é como andar sobre uma corda bamba: conviver com os ímpios sem se tornar um com ele.

5.     “Que ligaçãoentre o santuário de Deus e os ídolos?” (v. 16)
Paulo recorre a figura do Templo de Jerusalém para ilustrar a última de suas perguntas. A adoração antes da vinda de Jesus se concentrava no Templo de Jerusalém, o chamado Santuário de Deus. O templo foi totalmente consagrado por Deus e projetado em todos os detalhes pelo próprio Senhor. Não havia qualquer ídolo, imagem ou estátua nele e esse era um motivo pelo qual os judeus eram conhecidos entre muitos povos como ateus. Outras culturas adoravam centenas ou talvez milhares de deuses através de ídolos e desse ponto de vista ter somente um deus era motivo de riso.[6]
O judeu, todavia, sabia das exigências de Deus em relação a reverência no Templo. Há um fato ocorrido na história de Israel que ilustra isso muito bem. No reinado de Saul a Arca da Aliança estava de posse dos filisteus por ocasião da derrota em uma batalha. Os filisteus depositaram a Arca aos pés de Dagom, seu deus (1Sm 5) e por dois dias consecutivos a imagem de Dagom apareceu caída diante da Arca sendo que da segunda vez, com a cabeça e os membros quebrados e separados do resto.
A partir da antiga aliança, Paulo aplica a verdade da santidade do templo à nova aliança, ou seja, após a vinda de Cristo nãomais necessidade do Templo de Jerusalém pois o novo templo habitado por Deus é o seu povo: “Porque nós somos santuário do Deus vivente…” (2Co 6.16. Veja também 1Co 3.16; 6.19; Rm 8.9). Da mesma forma, portanto, que a estátua de Dagom não pôde permanecer junto da Arca do Conserto, os ímpios e cristãos não poderão suportar ter comunhão um com o outro pois não há nenhuma ligação entre ambos.

 C.  A Suficiência e Satisfação no Pai (16b-18)

Geralmente a questão do jugo desigual vem a tona por causa do casamento misto, quando um casal é composto por um cônjuge crente e outro não. Embora possa perfeitamente ser aplicado dentro desse contexto, o tema tem uma esfera de abrangência muito maior. Qualquer tipo de relação que faça o crente se desviar de seus valores e convicções cristãs pode ser alvo desse mal. O relacionamento entre vizinhos, amigos, sócios, colegas de trabalho, na escola, no namoro... qualquer esfera de relacionamento humano em que o crente se vir pressionado ou influenciado pelo ímpio é um tipo de jugo desigual.
Agora consideremos: por que, por exemplo, um rapaz ou moça crente resolve arranjar namorado(a) fora da igreja? Por que uma empregada doméstica decide agradar a patroa e mentindo dizer ao telefone que ela não está? Por que um sócio temente a Deus aceita fazer algo ilegal por insistência dos demais sócios? Por mais que se tente florear, a resposta não pode ser outra senão falta de confiança em Deus e o pior, achar que dinheiro, sustento e a felicidade são bênçãos proporcionadas por ímpios e não por Deus. Falar de jugo desigual é falar sobre idolatria.
Para combater esse mal, Paulo lembra os coríntios que a relação que o crente tem com Deus é filial, ou seja, toda a história do Antigo testamento aponta para a verdade de que Deus trata de seu povo como um Pai que cuida de seus filhos:
Podemos “não tocar em coisas impuras” (v.17); não precisamos delas porque Deus é nosso Pai. Não precisamos entrar em jugo desigual para completar o que nos falta. Deus é suficiente; nosso Pai é suficiente (v.18).

Conclusão (7.1)

“O apóstolo ensina que, de um ponto de vista religioso, o crente e o incrédulo são opostos e nada têm em comum. Ele reforça seu argumento citando vários textos do Antigo Testamento que expressam tema semelhante: o povo de Deus é o povo da aliança (Lv 26.12), que deve separar-se das práticas religiosas dos incrédulos, não tocar qualquer coisa imunda (Is 52.11) e saber que Deus é um Pai para seus filhos e filhas espirituais (2Sm 7.14).”[7]
O que Deus espera de nós, a partir do estudado, é uma tomada de direção. Nossa vida deve convergir somente a adoração a Deus o que na prática significa encontrar nele a suficiência a fim de descartarmos toda e qualquer parceria com o mundo. “Purifiquemo-nos […] aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus”.



Quando Satanás não consegue destruir a Igreja pela oposição ele tenta a absorção. Sempre que o povo de Deus se misturou com os ímpios deu nisso: destruição. Foi assim no dilúvio (Gn 6.1-2), foi assim com Israel no tempo dos juízes e foi assim com Salomão (1Re 11.1-13).

Foi assim com você também ?




A.  A Proibição do Jugo Desigual
Nosso texto básico inicia-se com uma ordem: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos…” (2Co 6.14). Muita gente até sabe o que significa “jugo desigual”, mas não tem idéia da origem da expressão. Ela foi emprestada e usada simbolicamente a partir da lei mosaica. Segundo é registrado no livro de deuteronômio todo Israel era proibido de por sob uma mesma canga (jugo) animais de espécies diferentes, como um boi e um jumento (Dt 22.10). Até mesmo o cruzamento de espécies diferentes era proibido (Lv 19.19). Essas ordens podem ter dois significados:
1.    A diferença das espécies deveria ser respeitada. Animais de espécies diferentes trabalhando em parelha significaria que ou um, ou outro, ou então os dois seriam sacrificados pelo trabalho. Deus sempre foi zeloso em relação a toda a criação, incluindo os animais (Dt 25.4). Por outro lado, “combinações desnaturais violam a pureza das espécies”[1].
2.    Animais limpos e imundos não poderiam estar juntos. O jumento era um animal declarado imundo (Não servia para sacrifício) o boi, segundo a lei do Antigo Testamento, era um animal limpo (poderia ser oferecido em sacrifício)[2]

Não sabemos exatamente o que Paulo tinha em mente ao aplicar essa proibição metaforicamente ao tratar de crentes e incrédulos mas que seja pela santidade do cristão – o que é mais provável – ou pela grande diferença de características entre o cristão e o incrédulo, ambos significados são perfeitamente aplicáveis.

B.  As Perguntas Retóricas (2 Co 6.14-16)


Chamamos de “pergunta retórica” aquela pergunta que não exige uma resposta por ser esta extremamente óbvia. Paulo utiliza desse recurso da linguagem para demonstrar aos coríntios o grande absurdo que é a união do crente com o incrédulo.

1.    Que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade?” (v.14)
Para Calvino, “Paulo faz sua exortação ainda mais forte ao mostrar quão absurda e desnatural é a tentativa de harmonizar coisas que, por sua própria natureza, são opostas, porquanto cristianismo e idolatria não podem conviver, como a água e o fogo não o podem.”[3]
A discrepância entre o ímpio e o crente se faz ver no fato de o ímpio sempre estar associado a injustiça e pecado enquanto o crente, por ter fome e sede da justiça do Reino de Deus (Mt 5.6), tem como missão revelar a injustiça e trazer a luz o que é de fato pecado e não se deixar levar por ele.

2.    Ou que comunhão, da luz com as trevas?” (v.14)
Na carta aos Colossenses, Paulo chama os crentes de “santos na luz” (Cl 1.13) e ao descrever o processo acontecido na vida dos salvos ele afirma: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor,” (Cl 1.14).
Cristo e seu povo são sempre associados a luz (Jo 1.4-9; 3.20-21; 8.12;9.5; 12.36, 46; Mt 4.16, 5.14, 16; 6.23; Lc 2.32; 11.35-36). Já “trevas” é uma palavra agregada ao pecado e ao próprio Satanás (Mt 4.16; 6.23; Lc 22.53; Jo 3.19; 12.35; Rm 13.12; Ef 5.8; 1Ts 5.5; 1Jo 2.9, 11).
Comunhão é o estabelecimento de intimidade. Como pode o crente ser íntimo do mau? “Assim como a luz e a retidão são intimamente relacionadas, assim também a escuridão e a ilegalidade são gêmeas. A primeira dupla pertence a Cristo, a segunda a Satanás, e as duas são diametralmente opostas.”[4]


3.    Que harmonia, entre Cristo e o Maligno?” (v.15)
 Curiosamente, a palavra utilizada na língua original paraharmonia” é a mesma da qual deriva a palavra em portuguêssinfonia”. De fato, Cristo e Satanás estão em completo desafino. Da mesma maneira, sons, palavras, comportamento, pensamentos, idéias do cristão não combinam com modo de vida do ímpio. Não pode haver harmonia entre eles.
Paulo torna o contraste bastante grave ao usar a palavramaligno”. Essa palavra era costumeiramente usada para designar o chefe de todos os demônios[5]. O coração do ímpio, portanto, não tem uma leve inclinação para o mal senão que sua vida é segundo os princípios do próprio Satanás. Os ímpios ainda estão sob “os laços do diabo” (2Tm 2.26) e, conforme Jesus disse dos fariseus, são filhos do próprio diabo (Jo 8.44).

4.    Ou que união, do crente com o incrédulo?” (v.15)
Deve haver um conflito natural entre os crentes e os incrédulos. Quer na escola, no trabalho, ou até mesmo entre parentes o cristão se aflige por causa das piadas ou comentários a respeito de sua e mais: se o ímpio precisa mentir ele mente, se precisar enganar, ele engana; se precisar usar a cabeça dos colegas de trabalho como degraus para subir na empresa, ele o faz (veja o Salmo 73). O homem segundo o coração do diabo não tem limites; ele pode e quer roubar, matar e destruir (Jo 10.10) e não atinge todo esse potencial destrutivo porque Deus, de uma maneira geral, refreia a capacidade do ímpio de praticar todo o mal do qual ele seria capaz. Se Deus não fizesse isso, seria praticamente impossível ao crente viver nesse mundo.
Isso não quer dizer que não possa haver convivência. Não viver nesse mundo e não compactuar com o mal que há nesse mundo são coisas bem diferentes (Jo 17.15) e o crente deve buscar este último. O texto  básico nos informa que não pode haver união e daí o grande desafio; é como andar sobre uma corda bamba: conviver com os ímpios sem se tornar um com ele.

5.     “Que ligaçãoentre o santuário de Deus e os ídolos?” (v. 16)
Paulo recorre a figura do Templo de Jerusalém para ilustrar a última de suas perguntas. A adoração antes da vinda de Jesus se concentrava no Templo de Jerusalém, o chamado Santuário de Deus. O templo foi totalmente consagrado por Deus e projetado em todos os detalhes pelo próprio Senhor. Não havia qualquer ídolo, imagem ou estátua nele e esse era um motivo pelo qual os judeus eram conhecidos entre muitos povos como ateus. Outras culturas adoravam centenas ou talvez milhares de deuses através de ídolos e desse ponto de vista ter somente um deus era motivo de riso.[6]
O judeu, todavia, sabia das exigências de Deus em relação a reverência no Templo. Há um fato ocorrido na história de Israel que ilustra isso muito bem. No reinado de Saul a Arca da Aliança estava de posse dos filisteus por ocasião da derrota em uma batalha. Os filisteus depositaram a Arca aos pés de Dagom, seu deus (1Sm 5) e por dois dias consecutivos a imagem de Dagom apareceu caída diante da Arca sendo que da segunda vez, com a cabeça e os membros quebrados e separados do resto.
A partir da antiga aliança, Paulo aplica a verdade da santidade do templo à nova aliança, ou seja, após a vinda de Cristo nãomais necessidade do Templo de Jerusalém pois o novo templo habitado por Deus é o seu povo: “Porque nós somos santuário do Deus vivente…” (2Co 6.16. Veja também 1Co 3.16; 6.19; Rm 8.9). Da mesma forma, portanto, que a estátua de Dagom não pôde permanecer junto da Arca do Conserto, os ímpios e cristãos não poderão suportar ter comunhão um com o outro pois não há nenhuma ligação entre ambos.

 C.  A Suficiência e Satisfação no Pai (16b-18)

Geralmente a questão do jugo desigual vem a tona por causa do casamento misto, quando um casal é composto por um cônjuge crente e outro não. Embora possa perfeitamente ser aplicado dentro desse contexto, o tema tem uma esfera de abrangência muito maior. Qualquer tipo de relação que faça o crente se desviar de seus valores e convicções cristãs pode ser alvo desse mal. O relacionamento entre vizinhos, amigos, sócios, colegas de trabalho, na escola, no namoro... qualquer esfera de relacionamento humano em que o crente se vir pressionado ou influenciado pelo ímpio é um tipo de jugo desigual.
Agora consideremos: por que, por exemplo, um rapaz ou moça crente resolve arranjar namorado(a) fora da igreja? Por que uma empregada doméstica decide agradar a patroa e mentindo dizer ao telefone que ela não está? Por que um sócio temente a Deus aceita fazer algo ilegal por insistência dos demais sócios? Por mais que se tente florear, a resposta não pode ser outra senão falta de confiança em Deus e o pior, achar que dinheiro, sustento e a felicidade são bênçãos proporcionadas por ímpios e não por Deus. Falar de jugo desigual é falar sobre idolatria.
Para combater esse mal, Paulo lembra os coríntios que a relação que o crente tem com Deus é filial, ou seja, toda a história do Antigo testamento aponta para a verdade de que Deus trata de seu povo como um Pai que cuida de seus filhos:
Podemos “não tocar em coisas impuras” (v.17); não precisamos delas porque Deus é nosso Pai. Não precisamos entrar em jugo desigual para completar o que nos falta. Deus é suficiente; nosso Pai é suficiente (v.18).

Conclusão (7.1)

“O apóstolo ensina que, de um ponto de vista religioso, o crente e o incrédulo são opostos e nada têm em comum. Ele reforça seu argumento citando vários textos do Antigo Testamento que expressam tema semelhante: o povo de Deus é o povo da aliança (Lv 26.12), que deve separar-se das práticas religiosas dos incrédulos, não tocar qualquer coisa imunda (Is 52.11) e saber que Deus é um Pai para seus filhos e filhas espirituais (2Sm 7.14).”[7]
O que Deus espera de nós, a partir do estudado, é uma tomada de direção. Nossa vida deve convergir somente a adoração a Deus o que na prática significa encontrar nele a suficiência a fim de descartarmos toda e qualquer parceria com o mundo. “Purifiquemo-nos […] aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus”.

Autoridade e Poder

A igreja evangélica tem experimentado uma crise de liderança. A cada dia somos tomados de assalto por histórias escabrosas envolvendo nossos líderes, e com eles muitos caem também. Nos próximos dias a Igreja Presbiteriana do Brasil decidirá seu rumo para os próximos quatro anos, através de mais uma reunião de seu Supremo Concílio. Pela seriedade do assunto, convido você, leitor, que medite nos exemplos de Diótrefes e Demétrio, os personagens principais da terceira epístola de João. O cristão deve buscar ser um bom líder servindo a Igreja em santidade e não visando seus próprios interesses.

A sós com Jesus.


Ficaram só, Jesus e a mulher” Jo. 8:9c
Todos nós precisamos de um momento a sós com Jesus. Está a sós é estar a vontade para falar abertamente. Quando ficamos a sós com Jesus temos a oportunidade de derramar diante dele todos os nossos complexos, frustrações, traumas, pecados, desejos… EX: Em Gênesis 32:22-32- A experiência do a sós com Deus, possibilitou mudanças estruturais na vida de Jacó.
A expressão “ficaram só” é importantíssima no texto. Havia ali muitos acusadores, muitas pessoas e muitas vozes motivadas pelo falso moralismo religioso, uma motivação que estrangulava a graça de Deus. Após a sentença de Jesus que remeteu os acusadores daquela mulher para o tribunal de suas consciências, Jesus pode ficar a sós com aquela mulher para colocá-la no divã da graça e da misericórdia divina.
Gostaria de examinar o diálogo de Jesus com aquela mulher. O que acontece quando ficamos a sós com Jesus?

1-ACEITAÇÃO EMPÁTICA “Então Jesus endireitou o corpo”

Esta expressão aparece duas vezes no texto. Na Primeira ocorrência, Jesus endireita o seu corpo para emitir a sua sentença de Juízo sobre aqueles que tentavam estrangular e sufocar a graça de Deus e para tanto utilizam até mesmo textos bíblicos com interpretações deturpadas para se fazerem juizes dos demais. O texto aponta para uma batalha hermenêutica. Os fariseus preparam uma armadilha teológica para Jesus, mas ela foi desbarata com o discernimento da espírito/verdade da palavra. Deste modo, quem não sabe discernir o espírito da lei só poderá carregar pedras nas mãos. Eles queriam apedrejá-la, pois a condenação dela seria o alivio deles (a mulher adultera assumiria o papel de bode expiatório- ela precisava morrer para expiar a culpa deles). A retirada deles após a sentença de Jesus é vergonhosa e cômica. A graça exorciza a falsa moralidade, a auto-justificação. O sistema que declarava a morte dela desapareceu.
Na segunda ocorrência, ele se endireita, ou seja, muda de postura para dialogar com aquela mulher. Dialogar é incluir o outro no nosso universo significativo de relações. A mulher naquela sociedade não tinha voz, nem vez. Mas, a sós com Jesus ela pode falar, desabafar, confessar… Jesus afirma a dignidade dela. Jesus se endireita para falar com ela. Isto sinaliza que Jesus se preocupa com as nossas questões, decepções, problemas, traumas. Ele não se relaciona conosco de qualquer jeito, Ele não é indiferente à nós. O olhar e postura de Jesus são sinais de aceitação. Jesus a inclui no projeto da graça, no Reino do Pai.
2- PERDÃO LIBERTADOR “nem eu te condeno”
Este episódio se dá no contexto da festa das tendas, ou, como era popularmente conhecida, festa da luz. Por ocasião da festa os judeus acediam os candelabros nas primeiras horas da manhã. Entretanto, Jesus chega antes do pôr-do-sol. Jesus, a luz verdadeira, chega antes da pseudo-luz, e iluminará a todos através do seu ensino de vida.  É digno de nota o deslocamento espacial de Jesus. Jesus passou a noite no monte das oliveiras antes de ir para o templo. O monte das oliveiras representa um lugar de adesão ao projeto de Deus. Já o templo representa um lugar de denuncia.
A palavra de Jesus relativizou as sentenças religiosas, opressoras, condenatórias e excludentes. Aquela mulher estava aprisionada nas suas culpas. Ela era um objeto do prazer masculino, era vitima de uma sociedade patriarcal e androcêntrica. Aquela sempre encontrara homens interessados no seu corpo, mas ali estava alguém interessado em sua vida.
O perdão de Jesus instaura naquela que era objeto, a consciência de um ser aceito e amado por Deus. Toda condenação aprisiona, enclausura, entretanto, o perdão liberta, clareia os caminhos da vida.  Na perspectiva de Jesus, não se destrói o mal eliminando quem cometeu e sim oferecendo a quem pecou, condições de vida nova e plena.
3-REDIMENSIONAMENTO DE VIDA “Vai e não peques mais”
Redimensionar é desenhar a vida a partir de novas dimensões, perspectivas etc. A sós com Jesus temos a oportunidade de trazer um novo colorido para as nossas vidas. Jesus mesmo faz isso (transforma o ser, trazendo o colorido da graça), mas não exclui a nossa participação na (re) construção do nosso Ser.
“Vai”, Jesus não sufoca a liberdade humana, pelo contrário ele a afirma. “Não peques mais”, viver pecando é negar a liberdade que alcançamos na graça. O pecado escraviza vitimiza, aliena. A liberdade é afirmação do SER que em Cristo se tornou FILHO DA GRAÇA.

Em uma Conferência Missionária o pregador falava
sobre a necessidade de ofertas para a obra missionária.
Ele desafiou cada pessoa, presente, a orar e
perguntar ao Senhor de quanto deveria ser a sua participação
financeira para a obra de missões naquele ano.
Ao chegar em casa, Daniel orou ao Senhor conforme
orientado pelo pregador. Ele dormiu e sonhou que
viajava para visitar um campo missionário. Quando
chegou ao país do seu destino, viu uma grande multidão
no amplo saguão do prédio do aeroporto.
Algumas pessoas, naquela multidão, estavam sorridentes,
bem vestidas e saudáveis, demonstrando grande
alegria e contentamento. Entretanto, a grande maioria
estava magra, vestia farrapos e revelava no olhar
tristeza, incerteza e angústia.
Daniel nunca tinha visto, em toda a sua vida, olhares
como aqueles. Ele se sentiu imensamente incomodado
por aqueles olhares tão suplicantes e perguntou quem
eram aquelas pessoas e por que se mostravam tão tristes.
Responderam que eram os que ainda esperavam
pela manifestação de amor do povo de Deus ao mundo.
Daniel sabia que o amor missionário de muitos já
proporcionou que a mensagem de Deus chegasse a
muitas pessoas naquele país, mas ainda não eram suficientes
para levar as Boas-Novas a todo o povo. A grande
maioria ainda precisava ser alcançada com o Evangelho
da salvação. Eles ainda esperavam por pregadores
da Palavra, por bíblias e por instrução bíblica.
Daniel acordou entendendo o significado
do seu sonho. Aquelas pessoas são os
bilhões que ainda estão esperando...
esperando... esperando... esperando...
Assim, naquele mesmo instante,
em oração, ele firmou um
propósito com Deus: “Farei o meu
melhor para ajudar os povos 
que estão espalhados pelo
mundo, mas que não
foram alcançados
pela mensagem
do Evangelho”.
Mu i t o s ,
ainda, estão
esperando a
manifest aç ão
dos filhos de Deus
ao mundo, a Igreja de
Cristo. Será que muitos
ainda estão esperando
também sonhar com o apelo de
missões, para dizer sim ao chamado
de Cristo?
 
 
 
 
 
Faça sua parte!

Endireitados pela Graça – Lucas 13:10-17

Nossa perícope, nas entrelinhas, nos apresenta os pesos que estavam sobre as suas costas, motivo pela qual ela andava encurvada. Todavia, mais do que uma encurvatura física, aquela mulher estava encurvada existencialmente.
1-    Peso da religião: Sem vida, sem graça, sem misericórdia. Religião do politicamente correto, mas não da verdade que liberta. Para os religiosos o mais importante era a guarnição de um mandamento, para Jesus, o mais importante era a vida humana.
2-    Peso da opressão satânica: Toda estrutura que encurva a vida humana é satânica. (A sinagoga judaica é denunciada nesse texto como uma estrutura satânica).  Aquela mulher estava aprisionada pelo diabo. Muitas pessoas estão acorrentadas no calabouço de Satanás.
3-    Peso da exclusão social: Estava numa sociedade que valorizava mais os animais do que a vida humana. Jesus desmascara a hipocrisia dos seus conterrâneos.
O texto nos apresenta um contraponto (um contraste) entre a opressão da religião, de satanás e da sociedade e a invasão da graça de Deus na vida de uma pessoa.
1-    A graça de Jesus não pesa a vida. Endireita a existência. 
Jesus retirou o pesado fardo da religião e de satanás e presenteou-lhe com o leve fardo da graça. O Jesus do livro de Mateus afirmou: “pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” Mt. 11:30. As mãos de Jesus retiram todo o peso da opressão que estava sobre ela.
Ouço as pessoas dizerem: “Pastor, preciso concertar algumas coisas na minha vida para seguir a Cristo”. Ao que eu respondo: “Não é concertar a vida para seguir a Cristo, mas seguir a Cristo para concertar a vida”.
É seguindo a Jesus que a nossa vida é endireitada, mudada, transformada, clareada… Na graça a vida não se torna pesada, mas responsável. Na graça, somos concertados para um novo estilo de vida. Na graça, a vida se torna livre e leve.
O texto faz questão de frisar a situação calamitosa (O quadro era aparentemente irreversível) daquela mulher. “E não podia de modo algum endireitar-se” V. 11c Contudo, se o texto apresenta a situação drástica e irreversível daquela mulher; enfaticamente o texto também apresenta o resultado da ação da graça de Deus na vida dela.
No versículo 13 temos a expressão “e imediatamente ela se endireitou”. Isto é, nas palavras do apostolo Paulo: “pois aonde abundou o pecado superabundou a graça” Rm. 5:20b. Se o efeito do peso do pecado é a destruição, a ruína, tanto maior é ação da graça de Deus que reconstrói, refaz.
O que é, pois, o abalo destruidor do pecado, diante do terremoto restaurador da graça? Assim sendo, aquilo que o pecado encurva pesando, a graça endireita libertando.
2-    A graça não nos identifica negativamente. Ela nos valoriza e dignifica.
Para os representantes da religião ela era apenas uma velha encurvada, mas para Jesus ela era uma “filha de Abraão”.  Jesus a identifica como uma filha da nação judaica, digna de respeito. Qual a sua identidade? Como você é conhecido pelas pessoas?
Abrão, mentiroso, tornou-se Abraão “pai de muitas nações”.
Jacó, o enganador, tornou-se Israel “príncipe com Deus”.
Moisés, o assassino, tornou-se “o libertador de Israel”.
Davi, aparentemente desprezível, tornou-se “o Rei de Israel” (porque os homens olham o exterior, porém Deus o coração).
Jabez, aquele que causa dor, tornou-se “mais notável do que os seus irmãos”.
Saulo, o perseguidor dos cristãos, tornou-se Paulo “O apostolo dos gentios”.
Eu e você, filhos da desobediência, tornamo-nos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo.
Na graça somos dignificados. Somos feitos herdeiros. A graça de Deus em nós nos torna melhores. Porque através das lentes da graça Deus não nos vê apenas como somos, mas como poderemos ser. Deus tem um olhar esperançoso a nosso respeito!!!!! Jesus viu aquela mulher. O olhar do Senhor não passa desapercebido em nós.
A ação da graça de Deus em nosso favor não tem dia marcado. Aquela mulher freqüentava a sinagoga. Entretanto, ali há dezoito anos ela não recebera cura porque aquele lugar estava enfermo. Faltava ali a graça. Quando falta a graça de Deus, qualquer lugar se torna enfermo e excludente.
Para os religiosos, aquela mulher tinha seis dias durante a semana para ser curada. Porque curá-la exatamente num dia em que a lei prescrevia descanso até mesmo para os animais? A graça de Deus nunca descansa. Ela é sempre atuante, ela está sempre disponível. A graça de Deus quer curar, restaurar hoje!
3-    A graça não prende. Liberta para uma vida completa e abundante.
Aquela mulher estava com um espírito de enfermidade há 18 anos. Há quanto tempo você está carregando o seu peso? Além do tempo, aquela mulher era vítima da ação escravizadora do diabo. Jesus afirma que ela estava presa. Prender é privar, é acorrentar, é cercear a liberdade. Entretanto, a graça de Deus despedaça a ação do inimigo.
Não fomos criados para uma vida de escravidão. Na graça a nossa vocação é a liberdade. Como disse Paulo aos Gálatas: “foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Estai, pois, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da escravidão”. Gl. 5:1
Hoje é o dia da sua liberdade! A sua liberdade foi comprada. Está tudo pago. Não precisamos fazer barganhas. A acusação do diabo é inválida, o pecado não pode te escravizar, a morte não pode te atormentar. A graça venceu tudo para nos tornar livres!